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Entenda os fatos que levaram a saída do Ministro dos Transportes

A demissão do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), começou a ser considerada pelo Palácio do Planalto no último sábado, quando uma reportagem da revista Veja apontou que representantes do PR e funcionários do Ministério teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por construtoras e consultorias.
De acordo com a reportagem, as empresas tinham de pagar um "pedágio" de 4% a 5% do valor das obras feitas com verbas do Ministério. O valor, segundo a revista, era principalmente destinado ao PR, sigla comandada por Nascimento e pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (SP).
Ainda segundo a Veja, era Costa Neto quem escolhia as empreiteiras e consultorias que realizariam estudos e obras para o Ministério.
O chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, seria o encarregado de liberar as verbas no esquema, que também seria integrado pelo diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot, e pelo presidente da Valec Engenharia (estatal do setor ferroviário), José Francisco das Neves, segundo a revista.
No dia seguinte à denúncia, Dilma já havia ordenado o afastamento dos três, além do assessor do Ministério Luís Tito Bonvini.
Sindicância
Em nota à imprensa, Nascimento disse, logo após a divulgação das denúncias, que rechaçava “com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério".
Ele ainda disse que ordenara uma sindicância interna para apurar as denúncias e que determinara o "desligamento temporário" dos funcionários.
Após a publicação das denúncias, o DEM e o PSDB pediram que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, investigasse o ministro e outros envolvidos.
Até esta quarta-feira, os dois partidos já haviam coletado 18 das 27 assinaturas necessárias para instalar uma CPI no Senado sobre o assunto.
Licitações suspensas
Nesta terça-feira, ainda em resposta às acusações, Nascimento anunciou a suspensão por 30 dias de novas licitações da pasta e a proibição, neste período, do aumento nos valores (aditivos) de contratos em vigor no Ministério e em órgãos vinculados.
O Tribunal de Contas da União (TCU) havia apontado irregularidades em 11 dos 46 aditivos assinados por órgãos ligados ao Ministério em 2011.
A gestão de Nascimento também vinha recebendo críticas de políticos aliados ao governo. Em maio, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) qualificou o ministro de "inepto, incompetente e desonesto", ao condenar a situação das rodovias federais no Estado.
Fundado em 2006, o PR foi criado por membros do antigo PL (Partido Liberal), uma das legendas envolvidas no escândalo do Mensalão, em 2005.
Valdemar Costa Neto é réu no processo que apura o pagamento à época, pelo PT, de quantias a parlamentares da base aliada.
O deputado é considerado o padrinho político do ex-diretor da Valec, José Francisco das Neves, um dos afastados após as denúncias recentes.

Fonte: BBC Brasil Notícias

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