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Congresso de Medicina Legal

Hoje estive no I Congresso Estadual de Medicina Legal e Perícias Médicas da OAB, as palestras em geral foram muito interessantes, mas a última foi lamentável.

Um psiquiatra forense falou por mais de 1h, cansativamente, sobre todos os crimes que foram incessantemente alardeados pela mídia. O detalhe é que as explicações, além de inúteis, pois, são de domínio público, eram ilustradas com figuras toscas, advindas da internet, aquelas piadas infames que recebemos das pessoas com gosto duvidoso, que todos, infelizmente, temos em nosso mailling.

Comentários grosseiros, fundados no senso comum.

*Criticou a idade penal mínima, utilizando aquelas frases conhecidas para fomentar a revolta em todos. Mostrou fotos do Champinha e disse: "Olha que criança, é uma criança, quem quer levar pra casa?"

*Fez "careta" e falou em tom de nojo o nome do ECA, novamente falou do Champinha, mostrou um vídeo do lugar onde ele está e só porque é limpo e tem uma televisão, ele julgou um tratamento injusto.

(Justo é a justiça ou a vingança? Justiça é aplicar a Lei.)

*Mostrou um vídeo onde um garoto bate violentamente em um colega menor, que o estava importunando, achou graça e disse: "Está vendo, nem todo mundo fica louco, basta revidar, resolveu o bullying, acabou ali".

*Falou mal do pai de Alexandre Nardoni, mostrou foto do pai levando mantimentos ao filho e ficou o achimcalhando, algo no sentido de: "Foi ele que arquitetou (ou armou) tudo".

(A palestra era doença mental e Crime, não entendo onde se encaixava este comentário.)

*Expôs por um longo e desnecessário tempo fotos de duas meninas pequenas nuas, com cobras sobre o corpo. Não havia nexo de causalidade algum entre o tema e mostrar aquele tipo de foto.

Entre outras coisas, que me revoltaram. E não sei o que era pior, a postura do palestrante ou da platéia que ria das piadas de péssimo gosto, principalmente no comentário sobre Bullying. Se resolve pela violência?

Fiquei profundamente incomodada com a palestra. Tive vontade de falar, mas o palestrante era médico do presidente da Comissão de Perícia Médica (que estava na mesa) e amigo íntimo da vice presidente, que presidia a mesa. Não seria de bom tom me por contra a tal "brilhante exposição", que na minha opinião não expôs nada, senão a total ignorância do palestrante em relação a Direitos Humanos.

Enfim, nem todos os eventos são brindados com situações de puro conhecimento. É raro, mas podemos nos deparar com situações como esta.

Ainda assim, irei amanhã. Espero que não ocorra nada do gênero!

@ADRIANACECILIO

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